sexta-feira, 18 de outubro de 2013

QUALIDADE NO TREINAMENTO

Qualidade no treinamentoTreino

A coisa mais difícil do mundo é admitir a própria ignorância, e quando falamos em fazer exercícios, todos sem exceção acham que sabem o que estão fazendo e ficam anos e anos pondo a culpa em não ter tempo, em não ter suplementos no volume adequado, em não ter uma boa sala de pesos, começam a querer apelar para esteróides e hormônio do crescimento como se um ml de óleo ou de uma proteína diluída fosse fazer o mesmo efeito que anos de um bom treino com uma metodologia precisa e adequada. Hoje vamos falar de qualidade do treinamento e este post é em homenagem aos meus amigos Professores, com P maiúsculo porque foram meus professores, e que me ensinaram e continuam me ensinando o que significa treinamento físico: Rogério de Moraes e Fernado Marques. Amigos, este é para vocês:
Músculo não sabe contar
Como o Fernado diria, músculo não sabe contar. O que o professor espera ao lhe dar uma planilha é que ela seja suficiente para lhe causar fadiga – falência total – da musculatura que está sendo trabalhada, pois é essa fadiga que é o estímulo primordial para que o músculo de desenvolva. Se não há fadiga, não há motivo pela qual o músculo tenha que se adaptar, porque a priori, apesar de exercitado, o fato de não levá-lo ao limite faz com que o organismo não sofra o mesmo “dano” metabólico e estrutural que o obrigue a se remodelar de forma a sofrer menos interferência na sessão seguinte de treinamento. O músculo cresce e fica mais forte devido à capacidade do organismo de “perceber” que foi levado até a fadiga completa, mensagem que é interpretada da seguinte forma: vou me modificar para que possa suportar este nível de fadiga e ainda deixar um potencial de reserva – assim como todas as outras funções do corpo… todo o organismo tem uma capacidade funcional de reserva: o coração aumenta a frequência cardíaca quando solicitado porque precisa bombear mais sangue, os rins aumentam o ritmo de filtração glomerular quando necessário porque sua função é filtração, o tubo gastrointestinal aumenta ou diminui o peristaltismo… o músculo aumenta em volume e melhora sua maquinaria neurológica e contrátil ficando mais forte e mais resistente – porque a função do músculo é contrair! A diferença é que tudo o que falamos antes nós não controlamos e o músculo sim: o músculo depende do nosso comando voluntário para poder atingir sua capacidade funcional de reserva e dessa forma depende de nossa vontade para ser estimulado da forma ideal, portanto, desenvolveremos se essa for a nossa vontade… (não é a toa que Arnold Schwarzennegger foi estudar o poder da mente sobre o corpo aos 15 anos de idade, quando decidiu virar campeão…)
Fadiga Muscular
Vai neguinho...
Imagina só um cabra com cara de raper americano e tamanho de um godzila japonês te mandando fazer mais uma repetição… pois é, eu fazia, porque afinal de contas, manda quem pode e obedece quem tem juízo, não é mesmo? E assim o Rogério começou a me mostrar ainda no meio de 1999 como é que se fazia para ganhar força: esgotando a capacidade de determinado grupo muscular e essa foi uma época fundamental para meu aprendizado: aprendi a fazer arranque, elevação terra, agachamento… aprendi que não existe abdômen bonito se não treinamos membros inferiores, entre milhares de coisas que o Rogerião pacientemente foi me ensinando. E olha que nessa época eu já treinava há 6 anos… ainda assim, como havia coisas a serem aprendidas… E o próprio Arnold já dizia, e já que falamos dele no paragrafo anterior, falemos nele novamente: “quando sinto o músculo queimar, é hora de fazer mais duas repetições.” e nisso o meu professor Rogério sempre me educou: a chegar ao limite, sempre com essa frase carinhosa: vai neguinho, vai neguinho! hehe… tempo bom…
Músculo não sabe contar
A mente para antes
Uma vez devidamente apresentado e vendo meus esforços diante da minha rotina absurdamente caótica, o professor Fernando Marques, meu colega de trabalho nas palestras Brasil afora, hoje meu amigo Fe com muito orgulho, resolveu me orientar para o fisiculturismo devido a minha inclinação, evidente pela minha força de vontade… E sabe o que mais, ele mais uma vez falou a coisa certa na hora certa: A mente pára antes Paulinho… parece coisa de mestre Jedi, ou de Lord Sith, mas no final é… eu estava fazendo um bíceps rosca 21 e iria parar na sétima repetição, quando ele me mandou essa frase, e num segundo depois eu estava pensando tudo isso que lhes escrevi no parágrafo de introdução… resultado: terminei as 21 repetições e sentei para escrever este artigo, (com o bíceps duro e inchado, claro…), porque de fato, diferente de todos os outros sistemas do organismo, o sistema músculo-esquelético não dispõe de um drive que o leve até seu limite, depende da nossa ordem para fazê-lo…
Agora reflitam:
pensem nos treinamentos que estão fazendo. pensem se tem atingido o máximo que são capazes de fazer… se treinam sozinhos, muito provavelmente não, porque é algo dificílimo de se atingir, sozinho então… pelamordedeus… pensem se vocês tem chegado à academia e de fato treinado, ou se simplesmente tem cumprido uma planilha e pensem ainda se tem realmente usado os aparelhos ou se tem simplesmente os ocupado… existe uma diferença nítida entre quem usa o aparelho e quem só ocupa o aparelho… pensem bem quem são vocês…
E eu termino ponderando…
Sem estes conceitos, provavelmente eu nunca teria chance de conquistar aquilo que eu determinei que irei conquistar e eu nunca os teria adquirido se não fossem estes professores em especial, que são ainda meus professores, mentores e amigos. Se vale o conselho para vocês, aliás, é por isso que vocês leem este blog, tenham sempre um bom professor. É este bom professor que vai lhe garantir a possibilidade de buscar alguma coisa. se você vai conquistar ou não depende de muitos fatores para discutirmos aqui, mas a possibilidade de você buscar depende deste profissional em especial, que vai lhe educar de fato, na ciência da atividade física de forma a você saber que o tempo que você está investindo no seu projeto está sendo útil e não está sendo desperdiçado. Obrigado Fê, Obrigado Negão, vocês são parte de tudo que eu tenho que agradecer de bom da minha vida profissional e dos meus resultados no esporte que eu escolhi. Abração!
Fonte: Dr. Paulo Cavalcante Muzy (http://www.facebook.com/PauloMuzy)

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